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14 junho 2012

A fila do chicletes

Minha vez.

- Dois sacos de gelo. Quanto ?
- Doze reais e cinquenta centavos, senhor.
- Por favor, pode incluir mais estes dois chicletes ?
- Quatorze e noventa, senhor.
- Não ... quatorze e cinquenta ....
- Não senhor... cada chicletes custa um e vinte !
- Acho que não ... O  preço é um real, cada ...
- Não, senhor. Aqui no meu sistema está a um e vinte ...
- Mas na prateleira está anunciado a um real.
- Sinto muito, senhor, mas não posso fazer nada ...
- Pode sim ..... cobrar o que está anunciado ....

A fila atrás de mim crescendo. Um minuto após , impasse criado ...

- Porque não chama seu gerente ?

Mais um minuto de silêncio ....

- Seu CAAAAARLOS !

Outro minuto que pareceu uma eternidade e chega seu Carlos. Um metro e oitenta, boné à la Neymar, brinquinho de pingente e óculos de surfista.

- Seu Carlos, este senhor diz que o preço do chicletes é um real e aqui está a um e vinte ....

Um olhar de desprezo sobre mim e o veredicto final :

- Pode receber por um real mesmo. Por quarenta centavos .......

E lá se foi seu Carlos sem ao menos me dar tempo de agradecer-lhe por seu ato de bondade.
Volta a moça para sua máquina de calcular.

- Quatorze e noventa menos quarenta centavos ......., murmura

E a fila crescendo  ...

- Crédito ou débito ? , pergunta ao recebeu o cartão .
- Crédito, por favor.
- Senha, por favor.

Recebo o tíquete-recibo e noto : treze reais e vinte centavos !!!!!

- Moça, você me cobrou a menos ...

Vários pigarros na fila.

- Tudo bem .... deixa pra lá ...
- Não, você me cobrou um real e trinta centavos a menos ....

E ela volta à calculadora de mão.

- Doze e cinquenta ...... mais ...... dois reais .........É mesmo .... !!!, exclama.
- Tome, aqui estão dois reais e trinta. Tire a diferença.

Mais um minuto de cálculo. A esta altura resmungos e abandonos da fila.

- Está certo, um real. Aqui está seu troco, obrigado.

Conto as moedas recebidas : setenta centavos !!!
Desisto ...

- Obrigado, moça, e um bom dia.
- Bom dia.

Saio sem coragem de olhar para trás.

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