Enquanto o cara é poderoso, e aí não importa se é um ditador, corrupto ou assassino – basta ter poder nas mãos , tudo lhe é permitido no mundo das finanças (para não entrar no ramo das relações internacionais). Pode abrir quantas contas desejar, em nome dos laranjas que preferir; pode comprar castelos na França ou mansões em Londres; os bancos suíços lhe estendem carpetes vermelhos e lhes oferecem limusines e jatos particulares para circular por seus paraísos fiscais.
E um dia a casa cai. O até então honrado cliente é preso ou enxotado do poder.
Imediatamente, aparecem os mesmo banqueiros de sempre (à frente os suíços e ingleses) para congelar as contas e os bens do, agora, tirano, corrupto ou assassino.
Vejam o que acaba de acontecer com o ex-presidente do Egito. Enquanto reinou nestes últimos trinta anos, tudo lhe foi permitido e ofereceram. Agora, dia seguinte da renúncia, os bancos suíços já bradaram que as contas do ditador estão congeladas. No mesmo caminho seguem os ingleses que já estão “pensando o que fazer”.
Como não questionar, então, se esta não é mais uma face da hipocrisia que rege as normas políticas e financeiras das grandes corporações, ou se estamos assistindo a mais um roubo deslavado (depois de congeladas qual o destino das fortunas que os bancos sempre se negam a repatriar – vida o recente caso Maluf ) ou, ainda, uma mistura destas duas atitudes, uma covardia contra aquele que agora é um simples mortal que, para reaver seu dinheiro, terá que lutar – em desvantagem total , contra o “establishment” eternamente corrupto e hipócrita.
Nenhum comentário:
Postar um comentário