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12 janeiro 2011

Crônica das águas

Não vou gastar palavras para comentar as causas destas enchentes que se repetem todos os anos causando destruição e mortes. Seja aqui no Rio, em Minas, em Pernambuco, Santa Catarina ou Bahia, todos nós conhecemos muito bem esta receita.

Só desejo comentar um fato que observei hoje enquanto permaneci em uma região alagada desde esta madrugada

Duas da tarde, em torno do terminal rodoviário de Itaipava/RJ, uma camada pastosa de uns 20cm de lama cobria totalmente as avenidas. Os ônibus, ao longo do meio-fio, improvisavam um novo terminal. Caos no trânsito, nenhum guarda municipal à vista.

No meio do caos, uma dezena de garis armados de vassouras e rodos domésticos fazia seu trabalho de limpeza. Pás ? Nenhuma. Máquinas ? Uma única, que foi retirada da rua para ir limpar um terreno particular ao lado da avenida.

Tudo estaria bem (dado o nível de tolerância que já admitimos) caso aquela lama estivesse sendo colocada na caçamba de algum caminhão; mas não :  vassouras e rodos, em movimentos curtos e lentos, ao som de muito papo (certamente sobre a chegada do Ronaldinho ao Flamengo) empurravam  toda aquela camada pastosa para dentro dos bueiros ! Sem mais chuvas hoje, amanhã certamente o que ainda existia de rede desentupida não existirá mais.

No próximo ano, lembrem-se deste episódio. O fato é que a Sra. incompetência já conseguiu montar o primeiro capítulo da próxima catástrofe anunciada.
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- Nove da manhã, tocam a campainha de meu apartamento. Três rapazes, em seus 15-16 anos, bem apessoados e bem vestidos, pediam donativos para os desabrigados. Nisto, vamos reconhecer, somos muito bons !

- E o que faziam fora do trabalho aquela "galera" de oito mil pessoas no estádio do Flamengo para receber o seu novo ídolo ?

- E que amanhã venham a Presidente e seus ministros, governador ou vice, prefeitos, deputados ou vereadores sobrevoar a região. Tudo será como antes ...

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